Uma lágrima escorre do rosto de Simione Botu, líder do clã de Vinidogola, em Fiji.
Ele e todos os moradores do vilarejo foram obrigados a se mudar para uma área mais elevada, distante 2 km de onde diferentes gerações viveram, para não serem levados pela maré.
“Mudança do clima é ruim para tudo”, lamenta.
Assim como Vinidogola, outros 67 vilarejos de Fiji estão ameaçados pela elevação do nível do mar. Até o momento, quatro já foram transferidos para regiões mais altas.
O país preside a conferência das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre Alterações Climáticas, que acontece em Bonn, na Alemanha.
Fiji também foi a primeira nação a ratificar o Acordo de Paris, tratado assinado por 195 países para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
Com suas 332 ilhas, o país se comprometeu a gerar 100% de eletricidade a partir de fontes renováveis até 2030.
Lutar contra as mudanças climáticas transformou-se em uma das prioridades do arquipélago na Oceania, que vive sob a ameaça de sofrer com inundações em grande escala e severas tempestades tropicais e alterações.
“A gente fica assustado porque a gente não sabe. Talvez... às vezes a gente está dormindo e, no meio da noite, vai ser lavado pela maré forte”, diz Simione Botu Jr, uma das pessoas que saíram de casa e foram removidas para uma área mais elevada.
Os moradores de Vinidogola deixaram para trás os túmulos do parentes e amigos. Muitos preferem nem visitar a antiga vila, por causa da memória afetiva. “Ainda sentimos dor”, diz Botu Jr.
“Lembro dos meus pais, que agora estão mortos. Eles foram enterrados no lugar da antiga vila. Quando eu penso, eu choro”, afirma Mereani Beru, que também foi removida morro acima para fugir da zona de risco de inundações.
(Conteúdo BBC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário