'Imaginava americanos com pelos grossos do peito dando volta no corpo': jovens exilados falam da vida na Coreia do Norte.
A Coreia do Norte é um dos países mais fechados do planeta. Vive praticamente isolado do resto do mundo e ganhou holofotes neste ano devido a um programa de armas que tem preocupado a comunidade internacional. O problema é que o país – que se tornou uma ditadura com traços stalinistas - quer ter armas nucleares.
É nesse cenário que a população enfrenta restrições no cotidiano e é levada, por exemplo, a ter uma imagem distorcida sobre outras áreas, como a Coreia do Sul e os Estados Unidos. “Imaginava americanos e sul-coreanos com pelos grossos do peito dando volta no corpo”, diz uma norte-coreana que conseguiu “escapar” do regime.
Outros que também deixaram a Coreia do Norte afirmam que desde muito jovens sofrem uma espécie de lavagem cerebral para acreditar que os americanos são como “lobos maus”. “Eu pensava que todos os americanos fossem perigosos, de olhos amarelos e demoníacos”, diz outra mulher.
Um homem na mesma situação lembra que o governo norte-coreano forçava as pessoas a fazerem uma “crítica regular” todas as semanas, quando eram obrigadas a refletir sobre si mesmas e a também informar o eventual mau comportamento de terceiros. “Era o que eu mais odiava. Estou muito feliz por não ter mais que fazer isso”.
Líderes do país chegam a ser vistos como “deuses”. “Eu pensava que meu país fosse entrar em colapso e que nós morreríamos quando eles morressem”, ressalta uma das mulheres.
Os norte-coreanos entrevistados pela BBC dizem sentir falta de amigos e da comida no país de origem.
O que eles gostariam que as pessoas soubessem sobre a Coreia do Norte?
“Que todo mundo tem coração e emoções”, diz uma mulher. “Que, quando estamos com frio, nos agasalhamos. Quando estamos solitários, queremos amor”, completa um homem.
“Eu queria que as pessoas nos tratassem como iguais”, diz outra entrevistada.
Outro entrevistado completa: “Os norte-coreanos anseiam por liberdade. E eles precisam disso desesperadamente. Espero que as pessoas se lembrem disso”.
(Conteúdo BBC)